quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Profissionais do pré-sal precisam ter inglês fluente

Por: Letícia Casado e Luísa Ferreira, do R7

Colaboradora: Sylvia Albuquerque, estagiária do R7

Fluência no idioma e capacitação continuada são duas exigências do setor

Os cursos de capacitação no setor de petróleo e gás estão se tornando cada vez mais populares, mas nem todos oferecem algo imprescindível para a profissão: nível fluente de inglês. Como a maioria das escolas prepara para as situações de trabalho, fica por conta do aluno se aperfeiçoar na língua. Apenas cursos de longa duração oferecem treinamento bilíngüe, e , mesmo assim, não são todos.

Os especialistas alertam que não basta saber falar inglês, mas que é preciso ter fluência no idioma. Toda a linguagem técnica está nesta língua.

A Petrocenter é uma das escolas que oferece treinamento bilíngüe no curso técnico. Com 1.600 horas de aula e mensalidade de R$ 480 durante 18 meses, os alunos saem preparados para trabalhar em outra língua, diz o diretor Samuel Pinheiro.

- Não é “inglês de escola”. É feito de forma que em 18 meses os estudantes aprendem a fazer uma entrevista em inglês ou trabalhar nessa língua.

Executivo da Sampling Planejamentos, outra escola de capacitação, Bráulio Canadian Jr diz que quem não domina o idioma não consegue acompanhar o curso. Ele lembra que as novas tecnologias “são dominadas por técnicos estrangeiros”.

- Não é que se deseja: é fundamental falar inglês. Se não tem proficiência, ele [o aluno] sente dificuldades ao longo do curso.

Pesquise

Antes de fazer a matrícula, é importante pesquisar quem são os professores da escola. Normalmente o nível da equipe docente é alto; a maioria dos cursos contrata profissionais que atuam no mercado ou que se aposentaram. Em cursos práticos pode ser mais importante ter aula com quem conhece bem a área, e não apenas com acadêmicos.

A Universidade Gama Filho oferece cursos superiores de tecnologia em petróleo e gás com duração de 2.400 horas. Sergio Bendela, coordenador da área, diz que a procura está crescendo porque agora o mercado reconhece esse tipo de curso. Segundo ele, antes os departamentos de recursos humanos das empresas não conheciam a área e tampouco eram familiarizados com o ensino de curta duração.

A UFF (Universidade Federal Fluminense), a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), a USP (Universidade de São Paulo) e a PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica) também oferecem cursos em engenharia de petróleo. O da UFF começou em 2005 e agora deve expandir a oferta de vagas. "No começo, eram apenas 30; depois passaram para 40, e em breve devem chegar a 80", diz o coordenador Geraldo de Souza Ferreira.

A PUC-Rio viu a demanda crescer em 300% desde 2005, ano em que montou a primeira turma. E também notou o crescimento do número de trabalhos de conclusão de curso envolvendo o pré-sal. A UFRJ inaugurou um laboratório de corrosão, e a USP promove seminários sobre o tema.


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